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Paulo, pedagogo dos cristãos


A “Conversão de São Paulo”, comemorada como festa patronal na Arquidiocese de São Paulo, nos convida a descobrir no Apóstolo um exímio educador dos cristãos na fé em Cristo. O Apóstolo não apenas se interessou em anunciar o Evangelho e dar início a comunidades cristãs, mas também as acompanhava, dando-lhos respaldo e formação cristã.

Nas suas Cartas, encontramos passagens com a exposição, aprofundamento e defesa da fé; em outras, ele vai às consequências do Evangelho para a vida pessoal, familiar e comunitária. Em outras ainda, aparecem correções de erros e desvios no caminho do cristão, bem como exortações vigorosas para progredir e amadurecer no caminho da fé.

Ninguém nasce cristão completo, mas aprende-se a sê-lo; não basta ter, um dia, recebido a fé cristã: é preciso dar passos, aprofundar e ampliar a experiência da fé, aprender mais sobre o “mistério da fé” abraçado, perseverar e produzir os frutos da fé. São Paulo nos dá o exemplo de verdadeiro pai e educador na fé para suas comunidades.

Ele não apresenta um código de regras para a vivência cristã, mas coloca diante dos fieis as referências fundamentais, a partir das quais eles devem modelar a cada passo a sua vivência na fé: precisam deixar a maneira antiga de viver e conformar a vida ao Evangelho (cf Ef 4,22); abandonar o homem velho e revestir-se do homem novo (23s). A vida cristã é feita de escolhas: “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa maneira de pensar (...), segundo a vontade de Deus” (cf Rm 12).

Uma referência constante nessa formação do cristão é seu relacionamento novo com Deus.  Uma mudança substancial realizou-se na vida de quem foi batizado e o fiel deve tratar com Deus como “filho querido”, e não mais como alguém distante e estranho a Deus; não deve mais comportar-se como se nunca tivesse conhecido a Deus (Ef 4,17s). Os cristãos são chamados mesmo a serrem “imitadores de Deus, como filhos queridos (cf Ef 5,1s). Daí decorre que a dignidade e a santidade são a única forma de vida que lhes convém: “procedei como filhos da luz (...), discerni o que agrada ao Senhor” (5,9-10).

Outra referência fundamental para a educação na fé é a vida nova em Cristo. Quem foi batizado, tornou-se filho de Deus pela fé em Cristo, revestiu-se de Cristo, tornou-se um só em Cristo, com os outros batizados, e tem a mesma esperança por causa da promessa de Deus realizada por meio de Cristo (cf Gl 3,26-29). A vida cristã é um constante “estar em Cristo” e perseverar nele.

Por isso, Paulo convida a levar vida digna da vocação cristã, de acordo com esta nova condição recebida por graça de Deus (cf Ef 4,1), a “buscar as coisas do alto” e a não mais viver apenas para as coisas terrenas (cf Cl 3,1). Ele próprio diz que o sentido de sua vida mudou totalmente depois de encontrar Cristo: “para mim, agora, o viver é Cristo” (cf Fl, 1,21). “Quem está em Cristo é uma nova criatura” (cf 2Cor 5,17).

A terceira referência para a educação do cristão é a relação com a comunidade de fé. O cristão não vive isolado, nem crê sozinho, de maneira individualista: ele precisa crescer como membro do corpo de Cristo, cada um dando a sua contribuição para o crescimento da Igreja (cf Ef 4,1ss). Os dons que cada um recebeu do Espírito Santo devem ser colocados a serviço do “corpo de Cristo, do qual todos somos todos membros (cf 1Cor 12). Cada um deve ajudar a edificar o templo de Deus, mas ver bem com que material está construindo (cf 1Cor 3,10). A boa qualidade da vida cristã é pedida a todos.

Enfim, Paulo exorta ao esforço cotidiano, a não desanimar, mas a perseverar na fé: “Aquele que começou em vós a boa obra  há de levá-la a bom termo” (cf Fl 1,6).

Fonte: Artigo do Cardeal D. Odilo Scherer, publicado no site da Arquidiocese de São Paulo.

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