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Alerta: abordagem da sexualidade nas escolas brasileiras


Nas missas deste domingo, 23, o Padre Marcelo dividiu com a comunidade uma preocupação levantada no Retiro do Clero, do qual ele participou durante a última semana: trata-se da controversa maneira como o governo brasileiro tem abordado a questão da sexualidade nas escolas públicas.

É indiscutível a importância de tal tema nos dias de hoje, dado que os jovens têm começado sua vida sexual cada vez mais cedo. A informação acerca deste tema pode evitar questões sociais e de saúde pública, como a propagação de DSTs e a gravidez precoce. O problema não é informar, mas "como informar", levando em consideração os valores éticos e morais, mas  também a adequação de temas à idade do público em questão.

Há alguns anos o governo brasileiro adota a opção das "cartilhas" temáticas para difundir informações sobre temas que fazem parte do universo das escolas e dos estudantes e é por meio delas que tem sido tratado o tema da sexualidade. Conforme pode ser verificado no vídeo divulgado a pedido de Dom Odilo, o material está longe de estar dentro dos moldes desejados pelos cristãos e pela grande parte das famílias que zela pela infância de suas crianças. O vídeo pode ser acessado neste link (destacamos que o conteúdo pode ser considerado forte, mas a autora está reproduzindo o material que deve ser trabalhado nas escolas).

Além das cartilhas, uma outra questão envolvendo sexualidade está prestes a invadir as escolas: está em fase de votação da Câmara dos Deputados o novo Plano Nacional da Educação - documento que apontará a direção da educação pública do Brasil pelos próximos 10 anos. O ponto preocupante está no inciso III do artigo 2º do Projeto de Lei nº 8.035/2010, que pretende tornar obrigatória nas escolas a "ideologia do gênero". Segundo o especialista em bioética, o médico chileno Dr. Christian Schnake, “A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isto é uma construção social”

Em outras palavras, é como se o "corpo físico", ou seja, a formação de órgãos femininos ou masculinos não determinasse se as crianças são homens ou mulheres e, logo, como se o plano de Deus para nossa vida, Ele que nos fez homens e mulheres, perdesse o sentido.

"A ideologia de gênero afirma que o comportamento masculino e feminino das pessoas não é decorrente do sexo biológico, mas da identidade de gênero, que é resultado de uma convenção social imposta sobre os indivíduos. Introduzir os conceitos de igualdade de gênero e orientação sexual como metas da educação nacional significa que caberá aos professores libertar os alunos de sua supostamente inexistente sexualidade para que possam livremente adotar as mais diversas identidades de gênero. Com isto os professores poderão desempenhar a missão de libertar também os jovens da estrutura supostamente opressora da família quando ela é entendida como uma instituição originária da união entre um homem e uma mulher."

Um documento da Conferência Episcopal Peruana (leia o documento) – talvez o mais completo realizado sobre este tema em termos eclesiais – revela que por trás desta ideologia está uma estrutura de desconstrução social. “Está claro, portanto, que a meta dos promotores da ‘perspectiva do gênero’, fortemente presente em Pequim, é o de atingir uma sociedade sem classes de sexo. Para isso, propõem desconstruir a linguagem, as relações familiares, a reprodução, a sexualidade, a educação, a religião, a cultura, entre outras coisas”, cita o documento.

Por estes e outros motivos, a difusão da ideologia de gênero que, de acordo com o PL 8.035/2010, passaria a ser obrigatória nas escolas, vai totalmente na contramão dos valores defendidos pela comunidade cristã. Destacamos que não é uma questão de preconceito velado em relação à homossexualidade: a Igreja Católica, em seu Catecismo, § 2358, afirma que esta é uma condição na qual está "um número não negligenciável de homens e mulheres" e que estas pessoas "Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza". Entretanto, existe um abismo entre acolher e incentivar o surgimento de experiências homoafetivas.

O PL 8.035/2010 começou a ser votado no último dia 19 de março, mas devido à grande manifestação contrária que se deu tanto durante a sessão quanto nos meios de comunicação da Câmara, o tema da ideologia de gênero será votado separadamente ainda esta semana (provavelmente, no dia 26/03, quarta-feira). Todos aqueles que sentirem que devem podem usar os canais de comunicação da Câmara (site, telefone e e-mail) para demonstrar o desagravo e sua posição contrária à aprovação deste item do texto do PNE.



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