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Livros católicos: História de uma Alma

A vós, querida Madre, que sois duplamente minha mãe, quero confiar a história de minha alma... No dia em que me pedistes para fazê-lo, cheguei a pensar que isso dissiparia meu coração, ao ocupá-lo consigo mesmo; mas depois Jesus me levou a compreender que, obedecendo com toda simplicidade, eu o agradaria. Aliás, só quero uma coisa: Começar a cantar o que repetirei por toda a eternidade: ‘As Misericórdias do Senhor!!!’...” (Primeiro parágrafo do Manuscrito A)

Assim Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face começa seu relato autobiográfico, publicado um ano depois de sua morte, em 1898, no livro “História de uma Alma", reconhecido e lido no mundo todo. A presente obra é composta por três manuscritos (A, B e C), os quais são destinados respectivamente a Madre Inês de Jesus, a Irmã Maria do Sagrado Coração de Jesus e a Madre Maria de Gonzaga. 

Muito mais do que uma biografia, o que temos no presente relato é um itinerário da vida espiritual desta Doutora da Igreja. Ao narrar os fatos de sua vida, desde a infância até seus últimos dias, vemos o Amor misericordioso de Deus, que se manifestou na sua vida. Lendo as páginas do livro não apenas com um olhar raso, mas um olhar contemplativo vamos percebendo que ela viveu de fato o que ela desejava ser: um “brinquedo velho” mas mãos do Menino Jesus, do qual Ele pudesse fazer tudo o que lhe fosse agradável. É possível perceber também que ao contrario das autobiografias modernas, Santa Teresinha não procura fazer de seus manuscritos uma exaltação de si mesma, mas sim deixar um testemunho de uma vida inteiramente consagrada ao Senhor. (Blog Encontro Divino)

“'Oferece a Deus sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo’. Eis, portanto, tudo o que Jesus quer de nós, Ele não precisa das nossas obras, só do nosso amor; esse mesmo Deus que declara não precisar pedir comida a nós não receou mendigar um pouco de água junto à samaritana. Ele estava com sede... Mas ao dizer ‘dê-me de beber’, o Criador do universo estava pedindo o amor da sua pobre criatura. Tinha sede de amor ... Ah! sinto-o mais do que nunca, Jesus está sedento, só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo enquanto, nos seus próprios discípulos, encontra poucos corações que se entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura do seu Amor infinito.” (Trecho do Manuscrito B)


Teresa nos ensina a partir de sua vida. Interpreta sua autobiografia como de uma alma, para empregar seu vocabulário, inteiramente apaixonada por Jesus, que a ama e está presente em todos os momentos de sua existência. Tereza vive de fato, no dia-a-dia, nos acontecimentos aparentemente mais insignificantes da rotina conventual e do relacionamento fraterno, a grandeza do perfeito seguimento de Jesus, pois, como Jesus, seu alimento é fazer a vontade do Pai(Edições Paulinas)

"Encontra-se na comunidade uma irmã que tem o talento de me desagradar em todas as coisas, suas maneiras, suas palavras, seu caráter me pareciam muito desagradáveis, no entanto é uma santa religiosa que deve ser muito agradável a Deus, por isso não querendo ceder à antipatia natural que sentia, disse a mim que a caridade não devia consistir nos sentimentos, mas nas obras; então apliquei-me a fazer por essa irmã o que teria feito para a pessoa que mais amo. (...) Um dia, na recreação, ela me disse mais ou menos estas palavras com um ar muito contente: 'Poderíeis dizer-me, Ir. T[eresa] do Men[ino] Jesus, o que vos atrai tanto para mim, a cada vez que me olhais, vos vejo sorrir?' Ah! o que me atraía, era Jesus escondido no fundo de sua alma... Jesus que torna doce o que há de mais amargo..." (Trecho do Manuscrito C)

A sua conhecida "pequena via" consiste, pois, em fazer as coisas do dia a dia com verdadeiro amor sobrenatural. "A sua mensagem (...) não é senão a via evangélica da santidade para todos", a "vocação de todos à santidade na Igreja" (Papa João Paulo II), que o Concílio Vaticano II proclamou com grande ênfase. Se, olhando para a vida de alguns santos, que Teresinha chama por vezes de "águias", a santidade parece-nos um caminho íngreme e inalcançável, a "pequena via" oferece um caminho às almas mais pequeninas – une légion de petites âmes. [uma legião de almas pequenas] (Padre Paulo Ricardo).

“Para amar-vos como me amais, preciso tomar de empréstimo o vosso próprio amor, só então encontro o repouso. Ó meu Jesus, talvez seja uma ilusão, mas parece-me que não podeis encher uma alma com mais amor do que o que me destes. É por isso que ouso pedir-vos para amar os que me destes como amastes a mim mesma. Um dia, no Céu, se eu descobrir que os amais mais do que a mim, regozijar-me-ei, reconhecendo desde agora que essas almas merecem muito mais que a minha o vosso amor. Mas na terra não posso conceber amor maior que aquele que vos dignastes prodigalizar-me gratuitamente, sem mérito algum da minha parte.” (Trecho do Manuscrito C)

Após viver na sua vida a santidade, que se manifestou nas pequenas coisas, sofreu com a tuberculose que lhe causaria sua morte precoce aos 27 anos de idade. Foi canonizada em 1925, e declarada padroeira das missões junto com São Francisco Xavier. Ela deixa o exemplo de que não é necessário fazer coisas grandiosas e extraordinárias para se chegar à santidade, mas sim viver bem aquilo que nos é proposto em nossas vidas tendo sempre nosso olhar voltado para o céu, de onde Santa Teresinha olha e roga a Deus por nós. (Blog Encontro Divino)

“Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder às solicitações de Nosso Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra, no escolher entre os sacrifícios que exige. Então, como nos dias de minha primeira infância, exclamei: "Meu Deus, escolho tudo". Não quero ser santa pela metade. Não me faz medo sofrer por vós, a única coIsa que me dá receio é a de ficar com minha vontade. Tomai-a vós, pois "escolho tudo" o que vós quiserdes!” (Trecho do Manuscrito A)

Os Manuscritos que compõem o livro "História de uma Alma" estão disponíveis na internet. Clique aqui para acessá-los (em PDF)



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