“Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho. Por isso decidi proclamar um Jubileu Extraordinário que tenha no seu centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia”, disse o Papa Francisco, no dia 13 de março de 2015, durante celebração da penitência, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Com o tema “Sede misericordiosos como o Pai”, o Ano Santo da Misericórdia tem início, no Vaticano, no dia 8 de dezembro deste ano, na solenidade da Imaculada Conceição e, concluirá em 20 de novembro de 2016, Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
O que são "Jubilieu" e "Ano Santo"?
A celebração do jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado particular. Esta festa se realizava a cada 50 anos.
Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava.
Na Bíblia encontramos algumas passagens nas quais se menciona a celebração judaica. Talvez a mais importante se encontre no Levítico (Lv 25,8).
A palavra jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria.
Na tradição católica, o Jubileu consiste em que durante 1 ano se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo de anos já estabelecido. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado.
A Igreja Católica tomou como influência o jubileu hebraico e lhe deu um sentido mais espiritual. Nesse ano se dá um perdão geral, indulgências e se faz um chamado a aprofundar a relação com Deus e com o próximo. Por isso, cada Ano Santo é uma oportunidade para alimentar a fé e renovar o compromisso de ser um testemunho de Cristo. Também é um convite à conversão.
O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário.
O primeiro ano jubilar foi convocado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. Estabeleceu-se que os seguintes jubileus se comemorassem a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um em sua vida.
Abertura da Porta Santa
O rito inicial do Jubileu começa com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Esta porta só se abre durante um Ano Santo. A abertura da porta significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. O Papa deve tocar a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino”- “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”.
Quando se abrem, entoa-se o Te Deum e o Santo Padre atravessará esta porta junto com os seus acompanhantes.
Ano da Misericórdia em São Paulo
Após o início solene do Ano Santo – marcado pela abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro no Vaticano em 8 de dezembro próximo – todas as Igrejas particulares abrirão a própria Porta da Misericórdia em comunhão com a Igreja de Roma dentro da celebração eucarística do terceiro domingo do Advento (Domingo Gaudete). O Papa, de fato, abrirá neste domingo a Porta Santa da Catedral de Roma, ou seja, a Basílica de São João de Latrão. Cada Igreja particular fará a abertura das outras Portas da Misericórdia, isto é, as outras eventualmente individuadas junto aos Santuários, sempre no contexto da celebração eucarística pelo terceiro domingo do Advento, que poderá ser presidida por um delegado do Bispo.
O Jubileu da Misericórdia foi convocado pelo Papa Francisco para ser vivido intensamente em cada Igreja particular, de forma a permitir que todos possam encontrar a misericórdia de Deus Pai por meio da atuante missão da Igreja. O sinal mais evidente deste cuidado pastoral é a possibilidade de as Portas Santas serem abertas em cada diocese. Estas portas, análogas às Portas das Basílicas papais em Roma, permitirão que aqueles que não possam vir a Roma, também realizem a sua peregrinação jubilar.
Na Arquidiocese de São Paulo, assim como em todas as demais dioceses do mundo, o Jubileu Extraordinário será aberto no dia 13 de dezembro, às 11h, na Catedral da Sé em missa presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Nesta celebração haverá a abertura da Porta Santa na Catedral da Sé. Outras cinco igrejas da cidade também terão abertas a Porta Santa.
Fontes: arquisp e Radio Vaticana.
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