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Os anúncios divinos à humanidade pelo nascimento de Jesus


Introdução

Os Padres da Igreja, os primeiros escritores da Igreja eram pessoas de fé, de esperança e de caridade. Eles viveram o mistério do nascimento de Jesus que trouxe redenção e salvação para toda a humanidade. Dessa forma, a partir da Palavra de Deus perceberam as pessoas próximas à vinda do Salvador como pessoas justas, humildes que também aguardavam o Messias, sempre na alegre expectativa dos acontecimentos do Senhor. Analisemos a seguir algumas pessoas que fazem parte do mistério da encarnação de Jesus Cristo comentados por padres da Igreja. 

1. O anúncio a José

Em primeiro lugar vejamos o anúncio a José, segundo São João Crisóstomo, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja dos séculos IV e V nas suas (Homilias sobre o evangelho de Mateus 4,5-6), tendo presentes (cfr. Mt 1,19-20) as palavras do anjo a fim de que José aceitasse o plano do Senhor realizado em Maria. O Bispo João afirma: Olha que bondade desse homem não só porque não a fez punir, mas não disse nada a ninguém, nem mesmo a Maria, mas pensava consigo mesmo de esconder à Virgem Maria o motivo do seu afastamento. O evangelista coloca que José queria despedi-la de uma forma secreta, porque tal era a mansidão e bondade naquele homem. Enquanto pensava naquelas coisas (cfr. Mt 1,20) apareceu-lhe o anjo que lhe faz lembrar Davi, na qual deveria vir Cristo não lhe permitindo de permanecer angustiado porque a lembrança dos antepassados, recordar-lhe-ia também a promessa de Deus feita a toda geração na qual o Senhor nasceria entre os seus. O evangelista tem também presente Maria como esposa dele, como a Escritura assim chama os noivos antes da sua união matrimonial. O que significa: toma contigo? Tê-la em casa como pessoa fiel a Deus porque nos seus pensamentos, a teria deixado secretamente. Na mesma forma como Jesus confiou a sua mãe, ao discípulo amado, assim Deus deseja também que José receba Maria como sua esposa. Para isso, José não fez nenhuma resistência ao pedido de Deus no qual mostrou que era coisa justa que a tomasse consigo e a tivesse em sua casa próprio por aquele motivo na qual temia e desejava repudiá-la em segredo pondo fim a sua angústia. Aquela concepção iria além da natural, porque aquilo que era nela gerado não é obra humana, mas é obra do Espírito Santo(cf. Mt 1,20). Dessa forma a presença de José garante a Jesus a descendência de Davi na qual tinha sido profetizado, sendo instrumento da graça do Senhor. 

2. O anúncio do nascimento de João Batista

Em segundo lugar temos bem perto do Natal o anúncio de João Batista. Beda, o Venerável, Presbítero inglês do século VIII nas suas Homilias, 2,20a, elaborou uma doutrina a respeito do anúncio do nascimento do Precursor do Messias, João Batista. O anjo anunciou a Zacarias o nascimento de João no sentido que Zacarias ficará alegre e feliz e muitos também se alegrarão pelo seu nascimento, porque será grande diante do Senhor(cf. Lc 1,14-15). Muitas pessoas se alegraram pelo nascimento de João Batista enquanto ele foi o Precursor do Senhor, sendo ele servo do Deus Altíssimo, lâmpada ardente e resplandecente(cf. Jo 5,35). João foi cheio do Espírito Santo desde o seio materno. Assim ele encaminhou o povo ao Messias pelo batismo de conversão de pecados. João Batista reconhece que não era o Messias sendo indigno de desamarrar a correia de sua sandálias(cfr. Lc 3,16). Ele sabia que a sua missão era passageira em vista da permanente que é aquela de Jesus Cristo. 

3. O anúncio a Maria

Fócio, Patriarca de Constantinopla, séculos VIII e IX nas suas Homilias sobre a anunciação, 2,5 falou a respeito do mistério da encarnação do Verbo feito à Maria. À Virgem apareceu Gabriel, ministro do mistério da vinda do rei na qual proclamou que Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com ela(cfr. Lc 1,28). Por seu intermédio Ele liberta todo o gênero humano da sua antiga culpa e maldição. Davi, como rei e profeta proclamou a vinda do Messias na atuação de uma Virgem na qual ela deveria ouvir e esquecer o seu povo e a casa paterna, agradando ao rei a sua beleza, porque Ele é o seu Senhor(cfr. Sl 45, 11-12). Ele é também o Senhor de todos nós. 
Nós o celebramos junto a toda a criação, como Nosso Senhor e Criador de toda a coisa. Este alegre anúncio que é dado a Maria elimina com um doce discurso, o veneno da desobediência na qual a astuta serpente derramou nos ouvidos de Eva, a desobediência, tornando-a participante a inteira humanidade e assim agora somos em grau de elevar-nos até às alturas, de obedecer só aos mandamentos, palavras do nosso Criador e Pai e ao seu Filho Jesus Cristo. Dessa forma Maria é convidada a ouvir e acolher na obediência o anúncio divino da concepção, porque o Verbo consubstancial e co-eterno ao Pai, sem abandonar a sua própria essência, natureza, e sem transformá-la em pura carne, mas conservando em si divindade e humanidade, escolheu de habitar dentro da Virgem Maria em vista da nossa salvação e na sua misericórdia abriu os tabernáculos nos céus para que nós possamos neles, para sempre, permanecer com alegria e amor de Deus. 

Conclusão

O Senhor se serviu de pessoas simples que acolheram com fé e amor o seu nascimento na realidade humana. Eles foram instrumentos da graça de Deus. Nós sejamos também instrumentos do Senhor para que as pessoas vivam a paz, o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Sejamos como José, como Zacarias, como o Precursor João Batista, como Maria dispostos a servir Deus Uno e Trino, dispostos a servir os outros, o Reino de Deus. Vivamos a alegre expectativa do Santo Natal,o nascimento de Jesus Cristo em nosso meio, família, comunidade e sociedade. 

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

Fonte: CNBB


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