“A Alegria do Amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”. Assim começa a Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco Amoris laetitia, sobre o amor e a família, publicada nesta sexta-feira, dia 8.
Com 263 páginas divididas em nove capítulos, o texto foi publicado quase seis meses após a conclusão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família realizado em outubro passado. Um ano antes, em 2014, houve uma Assembleia Extraordinária sobre o mesmo tema.
Depois de dois anos de intenso trabalho no que o Francisco chamou de “caminho sinodal”, o texto do Pontífice é aguardado pelas dioceses do mundo inteiro por oferecer diretrizes e linhas de ação sobre temas práticos que dizem respeito à família.
Como ressaltou o próprio Papa, logo no início do documento, devido à riqueza que os dois anos de reflexão do caminho sinodal ofereceram, a Exortação aborda, com diferentes estilos, muitos e variados temas, o que explica a sua inevitável extensão. “Por isso, não aconselho uma leitura geral apressada. Poderá ser de maior proveito, tanto para as famílias como para os agentes de pastoral familiar, aprofundar pacientemente uma parte de cada vez ou procurar nela aquilo de que precisam em cada circunstância concreta”, orientou Francisco.
Espero que cada um, através da leitura, se sinta chamado a cuidar com amor da vida das famílias, porque elas ‘não são um problema, são sobretudo uma oportunidade’”, acrescentou o Pontífice.
A Exortação apostólica chama a atenção pela sua amplitude e articulação. Está dividida em nove capítulos e mais de 300 parágrafos. Tem início com sete parágrafos introdutórios que evidenciam a plena consciência da complexidade do tema, que requer ser aprofundado. Afirma-se que as intervenções dos Padres no Sínodo constituíram um «precioso poliedro» (AL 4) que deve ser preservado. Neste sentido, o Papa escreve que «nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de intervenções magisteriais». Por conseguinte, para algumas questões «em cada país ou região, é possível buscar soluções mais inculturadas, atentas às tradições e aos desafios locais. De facto,“as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral (...), se quiser ser observado e aplicado, precisa de ser inculturado”» (AL 3). Este princípio de inculturação revela-se como muito importante até no modo de articular e compreender os problemas, modo esse que, sem entrar nas questões dogmáticas bem definidas pelo Magistério da Igreja, não pode ser «globalizado».
Mas sobretudo o Papa afirma de imediato e com clareza que é necessário sair da estéril contraposição entre a ânsia de mudança e a aplicação pura e simples de normas abstratas. Escreve: «Os debates, que têm lugar nos meios de comunicação ou em publicações e mesmo entre ministros da Igreja, estendem-se desde o desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação até à atitude que pretende resolver tudo através da aplicação de normas gerais ou deduzindo conclusões excessivas de algumas reflexões teológicas» (AL 2).
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Fonte: Arquisp.org
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