O Ano Santo da Misericórdia, iniciado em dezembro de 2015 e que será finalizado do mês de 2016, está levando fiéis do mundo todo a refletir e agir sobre a misericórdia. Na Bula Misericordiae Vultus, documento de proclamação do Ano Santo, o Papa Francisco sugere algumas iniciativas que podem ser vividas em diferentes etapas: Realizar peregrinações; Praticar as obras de misericórdia; Intensificar a oração; Passar pela Porta Santa em Roma ou na Diocese; Perdoar a todos; Buscar o Sacramento da Reconciliação; Superar a corrupção; Receber a indulgência; Participar da Eucaristia; Fortalecer o ecumenismo; Converter-se.
Para possibilitar que todas as pessoas possam encontrar a Misericórdia Divina, o Papa Francisco autorizou que uma Porta Santa seja aberta em todos os santuários e catedrais do mundo. Em nossa arquidiocese, a Porta Santa é na Catedral da Sé.
A Porta Santa permite que uma pessoa, por ocasião do Ano Santo, ganhe uma indulgência plenária ao cumprir com os requisitos mínimos: confessar-se, comungar e rezar nas intenções do Santo Padre.
Mas, o que é uma Porta Santa? Para responder a esta pergunta, o Grupo ACI entrevistou o Pe. Donato Jiménez, sacerdote Agostiniano Recoleto e também professor emérito da Faculdade de Teologia Pontifícia e Civil de Lima. Publicamos as principais respostas do Padre sobre a questão.
"O que é uma Porta Santa?
Pe. Jiménez indicou que a porta é um “símbolo humano” e esteve presente sempre em todas as culturas. “O homem tem atitudes em relação à porta”: entrar e sair.
Por exemplo: “todos dizemos a um amigo ‘a minha casa está aberta, quando quiser bate na porta’ e diz a um inimigo ‘não quero te ver mais por esta porta’”.
No caso de uma Porta Santa, também entramos e saímos, mas há um elemento importante: são derramadas bênçãos e graças especiais quando a cruzamos.
Em um Jubileu, a Porta Santa serve para “indicar aos fiéis que passar pela porta da igreja significa uma atitude de acolhida, de agradecimento, de pedir perdão, de pedir novas graças ou saber com segurança que vamos receber uma bênção e isso é o que significa”, explicou.
O que significa passar pela Porta Santa?
Cada vez que cruzamos uma Porta Santa, ganhamos uma graça especial e essa é chamada indulgência plenária.
O sacerdote indicou que cruzá-la supõe uma “renovação” e uma “atitude de conversão e de arrependimento. A Porta Santa significa todas essas coisas boas e renovadas que o cristão deve colocar para mudar de vida”, acrescentou.
O presbítero assinalou que quando Cristo se refere a si mesmo como a “porta”, significa que a pessoa encontrará n’Ele “a salvação, a segurança, a acolhida e o calor. Todas as condições para que o redil esteja seguro dentro da porta e aquele que quiser entrar por ela é livre. Pode entrar e sair”.
A Porta Santa é um chamado para que as pessoas se aproximem de Deus?
O Pe. Jiménez indicou que entrar pela Porta Santa é entrar na “acolhida de Deus”, sobretudo no “Deus da misericórdia”.
“Há muitos cristãos frios ou que estão afastados da Igreja. Com este Ano Santo são chamados a refletir: ‘Bom, sou um cristão e tenho uma relação com meu Pai (Deus). É verdade que tenho muitos pecados, mas Deus é um Deus de perdão’”.
Nesse sentido, prosseguiu o sacerdote, quando a pessoa se arrepende, se confessa, cumpre os requisitos prévios e cruza pela Porta Santa, obtém a indulgência plenária, a manifestação da “misericórdia de Deus”.
“Então este é o momento de aproveitar, Deus nos chama de várias formas a fim de que não nos afastemos da Igreja”, precisou.
O que acontece com uma pessoa quando cruza uma Porta Santa?
Em primeiro lugar, o sacerdote disse que cruzar uma Porta Santa “não é nada mágico”. O que a pessoa vai sentir “é aquilo para o qual se preparou”.
“Ou seja, não é que as pessoas vão cruzar a porta e logo acaba, faz o sinal da cruz e cumpriu. Não. O cruzamento da Porta Santa deve ser feito com espírito de conversão e de renovação. Deve entrar confiando em Deus que é misericordioso”.
6. Por que a indulgência plenária é importante?
“A indulgência plenária é uma anistia, ou seja, Deus perdoa tudo: perdoa todos os pecados, independente de quantos e quais sejam”.
O Pe. Donato explicou que quando uma pessoa se confessa, o seu pecado é perdoado, mas permanece a culpa e as consequências.
Por exemplo, “eu roubo um dinheiro que não é meu e o gasto. Me arrependo e me confesso, mas ainda permanece a culpa de que eu já não poderei devolver o dinheiro”. A indulgência plenária apaga esta culpa e as consequências, além dos pecados. A alma fica totalmente livre, como se a pessoa estivesse recém batizada e se morre já não terá que passar pelo purgatório."
Você já passou pela Porta Santa? Não vai perder esta graça, vai? Você pode aproveitar as peregrinações organizadas pelas diferentes pastorais e movimentos ou mesmo fazer uma peregrinação particular. Ao chegar à Catedral da Sé ou qualquer outro templo em que foi aberta uma Porta Santa, procure pelo ritual da peregrinação que deve ser feita dentro da igreja.
Fontes: Jovens Conectados e ACI Digital
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