Pular para o conteúdo principal

Aborto e democracia

Comissão para Vida e a Família da CNBB
Sobre a legalização do aborto
Mais uma vez, a legalização do aborto volta à pauta nacional em uma audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) para os dias 3 e 6 de agosto. Na ocasião, será debatido a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.
Diante dessa realidade, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma em nota a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”. Afirmação emitida pela presidência da CNBB na Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”, publicada em 11 de abril de 2017.
A ação sustenta que dois dispositivos do Código Penal que instituem a criminalização da interrupção voluntária da gravidez afrontam a dignidade da pessoa humana, a cidadania, a não discriminação, a inviolabilidade da vida, a liberdade, a igualdade, a proibição de tortura ou o tratamento desumano e degradante, a saúde e o planejamento familiar das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos.
A Audiência Pública será realizada neste Supremo Tribunal Federal, Anexo II-B, sala da Primeira Turma, nos dias 03.08.2018 (sexta-feira) e 06.08.2018 (segunda-feira), das 8h40 às 12h50 e das 14h30 às 18h50. A CNBB apresentará sua posição, nesta audiência, no dia 6 de agosto, às 9h10, pelo dom Ricardo Hoerpers, bispo da diocese de Rio Grande (RS) e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP).
Leia a nota na íntegra:
Brasília – DF, 25 de Julho de 2018
ABORTO E DEMOCRACIA
Um perigo iminente
Nos últimos anos, apresentaram-se diversas iniciativas que visavam à legalização do aborto no ordenamento jurídico brasileiro.
Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil” (CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017).
Unindo sua voz à sensibilidade do povo brasileiro, maciçamente contrário a qualquer forma de legalização do aborto, a Igreja sempre assegurou que “o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas”, lembrando que “urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil” (Ibidem).
As propostas de legalização do aborto sempre foram debatidas democraticamente no parlamento brasileiro e, após ampla discussão social, sempre foram firmemente rechaçadas pela população e por seus representantes.
A desaprovação ao aborto, no Brasil, não parou de crescer nos últimos anos, mas, não obstante, assistimos atualmente uma tentativa de legalização do aborto que burla todas as regras da democracia: quer-se mudar a lei mediante o poder judiciário.
A ADPF 442
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 442, solicita ao Supremo Tribunal Federal – STF a supressão dos artigos 124 a 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade. O argumento, em si, é absurdo, pois se trata de uma lei federal de 1940, cuja constitucionalidade jamais foi questionada.
O STF convocou uma audiência pública para a discussão do tema, a realizar-se nos dias 3 e 6 de agosto de 2018. A maior parte dos expositores representa grupos ligados à defesa da legalização do aborto.
A rigor, o STF não poderia dar andamento à ADPF, pois não existe nenhuma controvérsia em seu entendimento. Em outras palavras, em si, a ADPF 442 transcende o problema concreto do aborto e ameaça os alicerces da democracia brasileira, que reserva a cada um dos poderes da República uma competência muito bem delineada, cujo equilíbrio é uma garantia contra qualquer espécie de deterioração que degenerasse em algum tipo de ditadura de um poder sobre os outros.
O momento exige atenção de todas as pessoas que defendem a vida humana. O poder legislativo precisa posicionar-se inequivocamente, solicitando de modo firme a garantia de suas prerrogativas constitucionais. Todos os debates legislativos precisam ser realizados no parlamento, lugar da consolidação de direitos e espaço em que o próprio povo, através dos seus representantes, outorga leis a si mesmo, assegurando a sua liberdade enquanto nação soberana. Ao poder judiciário cabe fazer-se cumprir as leis, ao poder legislativo, emaná-las.
O aborto da democracia.
“Escolhe, pois, a vida”. O eloquente preceito que recebemos da Escritura, “escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19), agora, reveste-se de importância decisiva: precisamos garantir o direito à vida nascente e, fazendo-o, defender a vida de nossa democracia brasileira, contra todo e qualquer abuso de poder que, ao fim e ao cabo, constituir-se-ia numa espécie de “aborto” da democracia. As democracias modernas foram concebidas como formas de oposição aos absolutismos de qualquer gênero: pertence à sua natureza que nenhum poder seja absoluto e irregulável. Por isso, é imensamente desejável que, diante destas ameaças hodiernas, encontremos modos de conter qualquer tip o de exacerbação do poder. Em sua evangélica opção preferencial pelos pobres, a Igreja vem em socorro dos mais desprotegidos de todos os desprotegidos: os nascituros que, indefesos, correm o risco do desamparo da lei e da consequente anistia para todos os promotores desta que São João Paulo II chamava de cultura da morte.
Sugestões prática
1.      Uma vigília de oração, organizada pela Pastoral Familiar local, tendo como intenção a defesa da vida dos nascituros, podendo utilizar como material de apoio os encontros do subsídio Hora da Vida 2018, sobretudo a Celebração da Vida, vide página 41. Ao final da vigília, os participantes poderiam elaborar uma breve ata e endereçá-la à Presidência do Congresso Nacional, solicitando aos legisladores que façam valer suas prerrogativas constitucionais: presidencia@camara.leg.br, com cópia para a Comissão Episcopal para a Vida e a Família: vidafamilia@cnbb.org.br.
2.      Nas Missas, os padres poderiam comentar brevemente a situação, esclarecendo o povo fiel acerca do assunto e reservando uma das preces da Oração da Assembleia para rezar pelos nascituros. 
3.      Incentivamos, por fim, aos fiéis leigos, que procurem seus deputados para esclarecê-los sobre este problema. Cabe, de fato, ao Congresso Nacional colocar limites a toda e qualquer espécie de ativismo judiciário.
4.       
Invocamos sobre todo o nosso país a proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cuja festa se comemora juntamente o dia das crianças, para que ela abençoe a todos, especialmente as mães e os nascituros.
Dom João Bosco B. Sousa, OFM
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família Bispo Diocesano de Osasco – SP

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Jesus, Maria, José, nossa família vossa é!

Jesus, Maria e José precisam ser entronizados em nossa casa para que nós e nossa família sirvamos ao Senhor. Que Jesus, Maria e José sejam nossos donos, os senhores da nossa casa! Nossa Senhora veio ao mundo com a missão exclusiva de ser mãe do Filho de Deus. O Pai quis que Seu Filho se fizesse homem e tivesse uma mãe biológica; Maria foi a escolhida. Desde o início, ela foi escolhida em vista do Filho. Sendo Sua mãe, ela também se pôs a Seu serviço. Ela também poderia dizer: “É preciso que Ele cresça e que eu diminua”. No alto da cruz, Jesus nos deu Maria como mãe. Mas, desde toda a eternidade, quando o Pai concebeu Seu plano, Ele já trazia no coração que a Virgem Maria seria mãe do Seu Filho e mãe de todos nós, para que Jesus fosse o primogênito de uma multidão de irmãos. São José também foi escolhido por Deus para ser o pai adotivo de Jesus por obra do Espírito Santo. José investiu toda a sua vida em Maria e em Jesus, vivendo somente para os dois. Esse foi o seu ato de fé.

Movimentos Pastorais: Legião de Maria

Dentro de uma comunidade, muitas são as áreas em que os paroquianos podem atuar, como já citamos algumas vezes em matérias anteriores. Sendo assim, c om objetivo de divulgar os movimentos e pastorais presentes em nossa comunidade , inauguramos uma nova seção em nosso blog, na qual traremos informações sobre os diferentes grupos e atividades . Com isso, esperamos envolver cada vez mais os paroquianos em torno do serviço pastoral, que é uma das faces mais importantes da vida em comunidade.  Começamos, então, com a apresentação da Legião de Maria . A Legião de Maria é uma associação de leigos católicos existente em todo mundo . Foi fundada pelo  irlandês Frank Duff, em 7 de setembro de 1921,  e é respaldada na fé em Jesus Cristo, por meio da Santíssima Virgem , glorifica a Deus e O serve por meio da oração e da ação, em prol do cumprimento do Testamento do Senhor: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura (Mc 16:15)”.   Segundo o site oficial da Legião de Maria

Missa pelos Enfermos

Por ocasião do Dia Mundial dos Doentes (11 de fevereiro), no próximo sábado, o Padre Marcelo Delcin celebrará mais uma vez em nossa Paróquia a Missa pelos Enfermos, que é dedicada, especialmente, às pessoas que sofrem de algum mal, crônico ou não, e também para pessoas de idade avançada, como uma força a mais para a caminhada. Nessa celebração os doentes presentes recebem a "Unção dos Enfermos". Abaixo, um artigo tirado do site Canção Nova  que explica de forma breve e muito clara as origens e funções dessa unção. " No ritual da unção dos enfermos  encontra-se a seguinte petição a Deus:  “Por esta santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos” . Esta oração contém o objeto central desse sacramento, ou seja, confere a ele uma graça especial que une mais intimamente o doente a Cristo. Jesus v